Capítulo 8 

Flavia apertou os lábios, olhando fixamente para ele por um bom tempo, antes de parecer tomar uma decisão, soltando a ponta de sua camisa. Atravessou–o e desceu as escadas, chegando ao sofá da sala de estar, inclinou–se e abriu a gaveta abaixo da mesa de centro. 

Thales a seguiu, e ao olhar, a gaveta guardava silenciosamente um acordo de divórcio. 

Havia sido colocado ali há tanto tempo que Thales nem havia percebido. 

Ele nunca tinha aberto aquela gaveta. 

De repente, ele olhou para Flavia, seus olhos cheios de surpresa e confusão. 

Flavia o encarava seriamente, tudo o que queria dizer estava em seus olhos. 

Vamos nos divorciar. 

Thales de repente sorriu, foi um sorriso provocado pela raiva, “Você está brava comigo?” 

Flavia acenou com a mão, fazendo gestos: Não estou brava, já faz tempo que queria te dar isso. 

Era algo que ela queria dar há muito tempo, mas nunca teve coragem de entregar, por que agora? Será por estar prestes a perder uma amiga, ou porque uma febre alta confundiu sua mente, ela não tinha certeza. 

Mas quando ela finalmente o entregou, sentiu–se aliviada. 

Como um espinho cravado em seu coração, finalmente sendo removido. 

“É por causa da Bianca que você quer se divorciar?” ele confirmou novamente. 

Flavia: Não é por causa dela, sou eu que quero me divorciar de você. 

Havia determinação em seus olhos, transmitindo a Thales que ela falava sério. 

Thales a encarou por um longo tempo, de repente se sentou no sofá, “Divórcio é possível, mas você sairá sem nada, e todo o dinheiro que gastei com você ao longo dos anos deve ser devolvido, então eu concordo com o divórcio.” 

Flavia então correu de volta para o andar de cima. 

Thales observou a silhueta dela desaparecer, o semblante sombrio em seu rosto se dissipou um pouco. 

Depois de um tempo, Flavia desceu novamente, entregando a Thales um cartão. 

Olhando para aquele cartão, a expressão anteriormente suavizada de Thales rachou novamente, ele levantou os olhos para Flavia, a fúria dançando em seu olhar profundo. Sua voz era calma, “O que isso significa?” 

Flavia colocou o cartão na mesa, gesticulando: Todo o dinheiro que você deu está aqui. 

“Você entendeu errado? Eu disse, todo o dinheiro gasto com você desde que era pequena, não apenas o dinheiro que eu te dei,” sua voz estava baixa, contendo a raiva. Flavia: Eu posso devolver aos poucos. 

Thales riu, “Você, uma muda, assim que sair por essa porta, não conseguirá sobreviver, com que você vai pagar?” Flavia insistiu em pegar o acordo de divórcio, colocando–o diante dele com uma obstinação nunca vista antes. Flavia Nos divorciando, você pode se casar com Rosana, vocês podem… 

ficarem juntos para sempre. 

Ela hesitou por um momento, suas mãos parecendo congelar, rigidamente gesticulando a última meia frase “Chega!” ele de repente agarrou o acordo de divórcio e o jogou nela, os papéis se espalharam pelo chão, e as mãos dela também pararam no ar. Thales se levantou, olhando para ela de cima, um risco vermelho desenhado em seu rosto pálido pelas folhas de papel, acentuado pelos cabelos soltos. 

Ele desviou o olhar, sua voz se suavizou um pouco, “Quando você pagar o dinheiro, então podemos falar sobre divórcio.” 

Ele deixou essa frase lá, virou–se e saiu da mansão. 

De volta ao carro, ele tirou um cigarro, acendeu e deu uma profunda inalada, acalmando um pouco a raiva em seu coração. 

A pequena muda se atrevendo a falar em divórcio. 

Ele nem havia mencionado, e ela ousou trazer isso à tona? 

Thales nunca havia ficado tão irritado com Flavia, talvez ele mesmo não soubesse o motivo de sua raiva. 

Flavia ficou parada na casa, sem chorar ou fazer alarde. 

Quando o som do carro se afastando chegou, ela finalmente se agachou lentamente, recolhendo os papéis do divórcio espalhados. 

Por que ele se recusou a permitir quando ela finalmente encontrou a coragem de se libertar… 

Ela estava tonta, tomou outro remédio para febre, e desta vez, ela não conseguia dormir. 

Thales se foi, e a mansão vazia restou apenas ela. 

Flavia se encolheu no sofá, a mansão estava escura, ela abraçava os joelhos, perdida em pensamentos. 

Por volta das dez horas, ela recebeu uma ligação de Daniel Carvalho. 

Daniel era um amigo próximo de Thales, sabendo que Flavia não podia falar, então assim que a ligação foi atendida, ele foi direto ao ponto. 

“Flavia, venha até o Clube Boate, Thales enlouqueceu!” 

Assim que terminou de falar, a pessoa do outro lado desligou o telefone, e Flavia pôde ouvir algum barulho ao fundo, parecia também haver a voz de Bianca. Ela levantou–se do sofá, trocou de roupa e saiu de casa. 

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