Capítulo 66 

Marcelo disse: Tinha um pouco de tráfego no caminho.” 

Gabriela lançou um olhar para Flavia, atrás dele. Se não fosse por Dona Duarte, ela nem teria permitido que Marcelo fosse buscar 

Flavia

Essa muda, apesar de não falar, aqueles pequenos olhos sabiam seduzir de uma maneira que, toda vez que Gabriela os vía, ela queria arrancá–los

“Entre, minha mãe está esperando lá dentro.” 

Gabriela guiou Marcelo para dentro; e depois de alguns passos, virou–se para olhar para Flavia, “Flavia, o que você está esperando? Entre!” 

Chovia levemente, e os cabelos de Flavia estavam cobertos de pequenas gotas de água. 

Ela entrou na sala de estar, onde Dona Duarte estava abraçando seu precioso neto, embalando–o para dormir com carinho. 

Flavia ficou ao lado de Dona Duarte, olhando para o bebê em seus braços, gordinho, sorrindo para Flavia com a boca aberta. 

Flavia parecia um pouco distraída, era a primeira vez que ela via um bebê tão de perto, e era tão adorável. 

Ela inconscientemente passou os dedos sobre seu ventre, imaginando se seu bebê seria tão adorável quanto aquele. 

O bebê esticou a mão, como se quisesse alcançar Flavia. 

Flavia olhou para a pequena mão gordinha e, como que por impulso, também estendeu a mão, mas antes que pudesse tocá–la, Gabriela se aproximou e a empurrou. 

“Flavia, você não lavou as mãos, né? Não passe germes para o Breno.” 

Gabriela estava sorrindo, mas seu empurrão foi tudo menos leve, fazendo Flavia tropeçar para trás, quase caindo no chão. 

Flavia se segurou no sofá para manter o equilíbrio. 

Dona Duarte passou o bebê para Gabriela antes de se levantar e olhar para Flavia, sem a gentileza de antes em seu olhar. 

Seus olhos, afiados como facas, varreram Flavia de cima a baixo, finalmente pousando em seu ventre. 

“Daiana.” 

Daiana, que já estava de pé ao lado, rapidamente se aproximou com dois empregados, dizendo gentilmente para Flavia: “Senhora, Dona Duarte gostaria de fazer um exame para você, venha conosco.” 

Flavia ergueu a cabeça abruptamente, encontrando o olhar frio de Dona Duarte. 

Ela abriu a boca, com medo e surpresa brilhando em seus olhos, e instintivamente deu um passo para trás. 

O coração de Flavia também afundou. 

Parecia que o destino ainda não estava ao seu lado. 

Dona Duarte riu friamente: “Como assim, você pensou que escondendo de nós, eu não saberia?” 

“Eu já tinha dito a você para não alimentar ilusões vãs, mas você não escutou. Já que você pediu por isso, não pode nos culpar agora!” 

Flavia balançou a cabeça, gesticulando com as mãos sem jeito, enquanto Dona Duarte desviava o olhar, “Daiana, leve–a.” 

Os dois empregados imediatamente se aproximarám, seguraram os braços de Flavia e a arrastaram para fora. 

Flavia segurou firmemente o batente da porta, seus olhos procurando o interior da casa, onde Dona Duarte já havia voltado a segurar 

seu neto. 

Gabriela tinha um sorriso de escárnio no rosto, como se estivesse se deleitando com o sucesso de sua travessura, como sempre. 

Marcelo observava com uma expressão inexpressiva, sem mudar seu semblante. 

Esses rostos frios eram tão assustadores, que mesmo Dona Duarte segurando um bebê em seus braços, não conseguia despertar nenhuma compaixão nela. 

O que ela carregava em seu ventre também era uma vida. 

Maria desvencilhou as mãos de Flavia do batente da porta e a levou para fora. 

A mansão permanecia silenciosa, como se Flavia nunca tivesse estado lá, o único destaque era o choro do bebê nos braços de Dona 

Duarte. 

O choro alto ecoava por todo o Hall da mansão. 

As gotas de chuva batendo no rosto de Flavia, aquele choro parecia tanto distante quanto próximo, cada som cortando profundamente o coração de Flavia. 

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