Capítulo 20 

Sua voz não era alta, mas Flavia estremeceu ao ouvi–la. 

Ela gesticulou, um tanto atordoada: Eu, eu quero, quero comprar algo. 

“Comprar o quê?” 

Flavia engoliu em seco: Comprar roupas, comprar roupas para você. 

Os olhos profundos dele a encararam fixamente, e, de repente, ele sorriu, “Comprar roupas para mim?” 

Flavia assentiu. 

“Vivi.” Ele de repente chamou seu nome, já fazia muito tempo que ele não a chamava assim. 

Seus dedos acariciaram a face de Flavia, sua voz soou fria, “Agora você aprendeu a ser má, a mentir sem piscar os olhos, foi a Bianca que te ensinou?” 

Os olhos de Flavia se estreitaram, e ela gesticulou negativamente com as mãos. 

Thales segurou sua mão, interrompendo suas tentativas de explicação, enquanto a outra mão envolvia sua cintura, beijando seus lábios. 

“Não fique tão nervosa, estou só brincando contigo, então, que tipo de roupa você planeja comprar para mim?” 

As mãos de Flavia estavam imobilizadas, e ela só podia olhá–lo fixamente. 

Mas parecia que ele também não esperava uma resposta, seus dedos deslizavam pelo corpo dela, adentrando sua blusa, abrindo o zíper nas suas costas. 

Flavia olhou para fora da porta, onde uma garoa caía, o céu estava nublado, e eram apenas um pouco mais de cinco horas. 

Ela tentou se libertar, mas ele segurava firmemente seus pulsos, deixando–a sem nenhum meio de comunicação. 

Sua respiração se tornou ofegante, ela balançava a cabeça, só podendo implorar com o olhar. 

E Thales, como havia dito, parecia apenas querer provocá–la, sem tomar nenhuma atitude concreta. 

Até que lágrimas começaram a se formar em seus olhos, e ele finalmente a soltou. 

Flavia se levantou de seu colo, arrumando suas roupas de maneira desordenada, e gesticulou: Eu vou cozinhar. 

Ele também se levantou, “Não precisa, hoje à noite você come sozinha.” 

Thales deixou essas palavras para trás, abotoando o colarinho, deu alguns passos e então se virou, dizendo: “Isso não se repetirá.” Flavia mordeu o lábio, desviando seu olhar. 

Seu olhar vacilou, mas ele não disse mais nada, virando–se e saindo. 

Flavia se sentou no sofá, sem forças, levantando a mão para tocar seu ventre, sabendo o que Thales queria dizer. 

Ela não poderia mais ver Bianca, nem trabalhar para ganhar dinheiro. 

Embora ele tivesse dito que concordaria com o divórcio assim que o dinheiro fosse devolvido, ele a impedia de ganhar dinheiro. 

Mesmo que ele não a amasse, não queria deixá–la ir. 

Talvez, como Bianca havia dito–proteção possessiva, mesmo que ele não gostasse, não a descartaria facilmente, muito menos permitiria que algo de sua posse escapasse do controle. 

Mesmo que não a quisesse, somente ele poderia se desfazer dela, não ela mesma ir embora. 

Thales dirigiu sob a chuva fina até o hospital, dirigindo–se diretamente ao setor. 

Rosana havia torcido o pé, na verdade, não precisava ficar internada, mas ela insistia. 

Depois de passar dois dias sozinha, Thales foi vê–la uma vez, e ela decidiu que não havia sentido em permanecer internada, então ligou para ele buscá–la. Thales estava no elevador, junto com uma família de quatro pessoas. 

A mulher carregava um bebé, enquanto o homem a abraçava, com um menino de cinco anos ao seu lado. 

“É sua culpa por ter dado à nossa filha o nome de ‘Redonda‘, esse rostinho quanto mais eu olho, mais redondo fica, espero que ela não cresça com uma cara toda redonda,” a mulher reclamava, mas seu rosto estava repleto de um doce sorriso. 

O homem riu: “O rosto redondo é tão adorável, quando nossa filha crescer, com certeza será como você.” 

“Melhor que seja como eu, se for como você, ela não vai conseguir se casar.” 

“Então minha pequena filha poderá ficar comigo para sempre.” 

O menino puxou a mão da mãe, “Mamãe, eu também quero abraçar a irmãzinha.” 

A mulher liberou uma mão para afagar a cabeça do menino, “Vá abraçar quando chegarmos em casa, ela não vai fugir, você terá muitas chances de abraçá–la.”– Quando as portas do elevador se abriram, a família saiu rindo e conversando. Ao passarem por Thales, ele olhou para o bebê nos braços da mulher. 

Ele os observou partir, até que as portas do elevador se fechassem 

Quando Flavia chegou à família Duarte, seu rosto também era redondo. 

Na verdade, conforme ela cresceu, não era mais tão redondo. 

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